Estivadores dos portos do leste dos EUA suspendem greve, mas riscos à cadeia de suprimentos internacional persistem.

O sindicato que representa cerca de 45 mil estivadores dos principais portos do leste dos Estados Unidos chegou a um acordo para suspender uma greve de três dias e retomar as negociações para um novo contrato coletivo. A paralisação foi suspensa até 15 de janeiro, conforme comunicado conjunto do sindicato e da Aliança Marítima dos EUA, que representa os portos e companhias marítimas.
Com isso, um dos “rinocerontes” de risco da cadeia de suprimentos global está, temporariamente, fora da pista. No entanto, o alívio ainda não é completo: a substituição do Siscomex, sistema essencial para o comércio exterior brasileiro, e o aumento das hostilidades no Oriente Médio, que impactam rotas marítimas e aéreas, continuam a gerar preocupações para operadores e empresas sobre a estabilidade das cadeias de abastecimento global.
A paralisação teve início na terça-feira, após o vencimento do contrato coletivo, em meio a disputas sobre aumentos salariais e a automação de tarefas em 36 portos. O sindicato pedia um aumento salarial de 77% em seis anos e a proibição completa do uso de automação, vista como uma ameaça aos empregos. Havia também discordâncias sobre contribuições para pensões e a divisão de comissões pelo manuseio de contêineres.
Até 15 de janeiro, os estivadores estarão cobertos pelo contrato anterior, que expirou em 30 de setembro. A greve ocorreu em um período crítico de compras de Natal, afetando portos que movimentam quase metade das cargas marítimas que entram e saem dos Estados Unidos.